Um homem de 57 anos é suspeito de oferecer a própria neta, de 10 anos, para abuso sexual em troca de R$ 10, na região do Morro das Pedras, em Belo Horizonte. A denúncia foi feita pelo irmão do suspeito em entrevista à rádio Itatiaia nesta quinta-feira (13).
O denunciante prestou depoimento na delegacia no mesmo dia. A vítima foi resgatada por uma comerciante após ser abusada por um idoso de 82 anos. A criança e seus dois irmãos, de 4 e 6 anos, estão sob a responsabilidade do avô, que trabalha como vigia de rua, e de sua companheira, que também é investigada. A mãe das crianças sofre de transtornos mentais e vive em situação de rua.
A casa onde as crianças moravam foi considerada insalubre pela polícia, com alimentos estragados e infestação de baratas. O tio-avô da vítima relatou que as crianças viviam em situação de extrema vulnerabilidade, com fome e sem frequentar a escola.
Exames constataram três tipos de esperma diferentes na menina, indicando abusos recorrentes e envolvendo outros homens. A mãe da criança também teria sido vítima de abuso pelo próprio pai.
Após o início da investigação, a companheira do avô fugiu para Montes Claros, e o avô foi visto embarcando em um ônibus para Santa Luzia. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou à Itatiaia que o caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente.
O assassinato de Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, foi considerado premeditado pela Polícia Civil. Ela foi morta por Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos, com a ajuda de Lucas Rodrigues Pimentel, de 29 anos, na noite de domingo (9), em Belo Horizonte. Sampaio confessou o crime, afirmando que usou um mata-leão para estrangular Clara. Pimentel também admitiu participação e ajudou a ocultar o corpo, que foi enterrado e coberto com concreto na casa de Sampaio.
De acordo com o depoimento do namorado de Clara, eles se encontraram com Sampaio na noite de sexta-feira (7), em uma choperia. O criminoso, que havia sido rejeitado por Clara anteriormente, usou o pretexto de uma dívida para atraí-la até sua residência no Bairro Ouro Preto. Lá, ele a matou e, em seguida, manteve o corpo exposto até a tarde do dia seguinte, antes de enterrá-lo.
A Polícia Civil encontrou o corpo na quarta-feira (12), após receber informações de testemunhas. O corpo já estava em decomposição, e o cimento que o cobria ainda estava úmido, indicando que Clara foi enterrada na terça-feira (11). A investigação ainda apura a possibilidade de necrofilia, já que Pimentel teria expressado interesse por esse tipo de ato anteriormente. Além disso, durante o depoimento, Sampaio fez um "ato falho" que reforçou a suspeita de necrofilia.
O caso chocou até os policiais pela frieza dos acusados e pelos relatos envolvendo apologia ao nazismo e necrofilia. Ambos os suspeitos seguem presos e a investigação continua.
Um homem foi preso em flagrante pela polícia por violência doméstica e lesão corporal após agredir sua namorada com 12 socos no rosto dentro de um mercado, no Centro de São Paulo. O caso, ocorrido na manhã de segunda-feira (10), foi registrado por câmeras de segurança e as imagens, que mostram a violência das agressões, rapidamente viralizaram nas redes sociais.
Apesar das imagens claras e contundentes, a vítima, de 20 anos, negou que tenha sido agredida, alegando que o incidente foi apenas uma discussão. Ela afirmou, ainda, que não havia necessidade de medidas protetivas contra o namorado, Italo Kauan de Jesus Oliveira, de 21 anos, mesmo com as evidências das agressões. A mulher foi submetida a um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, que confirmou as lesões causadas pelos socos.
— Daltro Emerenciano Instagram @blogdedaltroemerenci (@BlogdeDaltro) March 11, 2025
Italo, que já cumpria pena por roubo, mas em regime aberto, também negou as agressões em depoimento. Ele afirmou que os dois apenas discutiram, e que teria sido agredido pela polícia durante a prisão. No entanto, os policiais negaram qualquer abuso durante a abordagem.
Além das agressões contra a namorada, as imagens também mostram Italo empurrando um funcionário do mercado após derrubar a mulher no chão. Segundo o boletim de ocorrência, o funcionário tentou intervir para impedir as agressões, mas também foi agredido. Desorientado, ele foi até a rua pedir ajuda.
A Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar foram acionadas e, ao chegarem ao local, prenderam Italo Kauan em flagrante. O agressor foi indiciado pelos crimes de violência doméstica e lesão corporal no contexto da Lei Maria da Penha.
O III Tribunal do Júri condenou o policial militar Janitom Celso Rosa Amorim a 30 anos de reclusão pelo crime de feminicídio. Ele foi acusado de matar a namorada, Mayara Pereira de Oliveira, em novembro de 2020.
A juíza Tula Corrêa de Mello, que presidiu o júri, determinou a perda do cargo de policial militar na corporação.
O caso aconteceu em Valença, no sul fluminense. Janitom manteve a vítima sob a mira de uma arma por cerca de três horas dentro de um carro no estacionamento da faculdade onde ela fazia pós-graduação em Odontologia.
Ao notar a chegada do Batalhão de Operações Especiais (Bope) com unidades de negociação, ele abriu a porta do veículo, atirou no rosto de Mayara e se rendeu. A estudante chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu. Ela tinha 31 anos.
“A vítima restou extremamente subjugada pelo agente, o que exorbita sensivelmente os limites estabelecidos pelo feminicídio. Em determinado momento, inclusive, o acusado chegou a pisar na vítima, impedindo-a de esboçar qualquer reação, o que demonstra a sua força com relação à ofendida enquanto era mantida refém”, escreveu a magistrada na sentença.
De acordo com o processo, havia um “ciúme doentio" do autor com relação à vítima, com desvairadas tentativas de controle da mulher, inclusive com a instalação de câmeras no seu consultório odontológico, determinando que ela excluísse as suas redes sociais.
“A consciência e a vontade do criminoso são incontestes, estando firme o agente no seu intento, de fato alcançando a retirada da vida da vítima”, ressaltou a juíza na decisão.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Clara Maria Venâncio Rodrigues, 21, encontrada morta enterrada em uma casa em Belo Horizonte (MG) teria sido morta após ir receber R$ 400 de uma dívida, segundo a polícia.
O suspeito devia R$ 400 para a vítima e ela teria ido receber o dinheiro. O caso foi exposto pela Polícia Civil de Minas Gerais em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (13).
O autor, de 27 anos, mandou mensagem para a vítima dizendo que ia pagar a dívida. Ao encontrá-la, o homem teria dito que esqueceu o dinheiro em casa e a convenceu a ir a sua casa, no bairro Ouro Preto. Lá, estaria um comparsa, de 29 anos, que teria o auxiliado no crime e na ocultação do corpo.
Chegando na residência do suspeito, a jovem teria sido surpreendida com um golpe mata-leão. Segundo a investigação, a jovem foi morta por volta das 23h de domingo e a ocultação do cadáver com concreto aconteceu na segunda-feira pela tarde. A polícia trabalha com a possibilidade da jovem ter sofrido violência sexual depois de morta, já que foi mantida em uma cama durante todo o período.
O suspeito já foi colega de trabalho da jovem em uma padaria da região. Segundo a polícia, ele teria sido demitido pelo uso de drogas e pequenos furtos. De acordo com depoimento do namorado da vítima, Clara já não esperava mais receber esse dinheiro e evitava contato com o homem.
"No domingo ela recebeu mensagem dizendo que estava com dinheiro e ia pagar a divida. Às 22h ela disse que estava cansada e pediu para encontrar num ponto intermediário, entre a padaria e um comércio. Ele aceitou e encontrou com ela nesse local. De alguma forma ele conseguiu convencer ela a ir a casa dele, acredito que para usar droga. Chegando na casa ela foi morta por enforcamento", disse Alexandre Oliveira da Fonseca, delegado PCMG.
Os dois suspeitos estão presos. Eles foram ouvidos ainda ontem e teriam entrado em contradição nos depoimentos.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A polícia segue investigando o assassinato de Vitória, desaparecida em fevereiro e encontrada morta com sinais de tortura. Novas perícias estão em andamento, e autoridades apuram a participação dos suspeitos no crime.
O advogado que representa Gustavo Vinícius, um dos suspeitos, afirmou que o seu cliente era apenas "ficante" e não ex-namorado de Vitória. "Não houve uma relação de namoro", afirmou Edemm Shalon durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL.
"Se você perguntar para a família de Vitória se o pai ou a família sabiam que ela namorava Gustavo Vinícius, você vai ver a negativa. Eles se conheceram, sim, saíram duas vezes para esse contato, mas não mantiveram [relacionamento], disse Edemm Shalon, advogado de Gustavo Vinícius.
O advogado também negou relação de amizade de Gustavo com outros suspeitos do crime. "Pelo contrário, se você perguntar, ele sabia quem eram as pessoas? Sim, ele conhecia de vista, mas não mantinha uma amizade ou qualquer proximidade com essas pessoas. É a mesma coisa você saber quem mora ao lado da sua casa, mas você não ter qualquer contato com essa pessoa", argumentou.
O cativeiro de Vitória pode ter sido encontrado. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, seria periciado o local para onde provavelmente a adolescente foi levada e mantida antes de ser morta. O resultado na perícia ainda não foi divulgado.
A informação de que Carlos Alberto Souza, pai de Vitória, estaria entre os suspeitos do assassinato, foi desmentida. "Não existe investigação contra o pai da vítima", disse o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, em coletiva.
A polícia investiga se houve abuso sexual contra a vítima e se sangue em carro apreendido era dela. Autoridades aguardam os resultados dos exames. O DNA é demorado "porque precisa ser feita uma descontaminação do material biológico", encontrado no carro de um dos suspeitos, explica do Carmo.
Os investigadores trabalham com a hipótese de que mais de uma pessoa participou do assassinato da adolescente. Para os investigadores, apenas uma pessoa seria incapaz de cometer o assassinato de Vitória. "Ali tem a participação e a coautoria de outros elementos [outras pessoas]", afirmou o diretor da PCSP, Luiz Carlos do Carmo em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Um dos suspeitos gravou trajeto feito por Vitória antes de desaparecer, diz polícia. As imagens foram encontradas no celular de Daniel Lucas Pereira, segundo Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil. "O celular dele está sendo encaminhado para perícia, mas já visualizamos que nele tem imagens gravadas no caminho entre o ponto de ônibus até a residência da vítima", afirmou ao Domingo Espetacular, da TV Record.
Vitória desapareceu no fim de fevereiro depois que saiu do trabalho, em um shopping de Cajamar, na Grande São Paulo. Naquela noite, a jovem pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Depois, pegou outro ônibus e escreveu para a amiga novamente dizendo que estava com medo de estar sendo seguida. O corpo dela foi encontrado no dia 5 de março, com sinais de tortura.
Segundo o delegado Aldo Galiano, responsável pela investigação, Vitória também tentou conversar com Gustavo antes de desaparecer. Ela queria que ele fosse buscá-la no ponto de ônibus, mas ele não atendeu, pois estaria num encontro. O rapaz chegou a ser ouvido pela polícia, mas negou envolvimento no caso.
Outras duas pessoas são investigadas pela polícia. No sábado (8), a Justiça decretou a prisão temporária de Maicol Antonio Sales dos Santos, outro suspeito. Ele é proprietário do veículo Corolla, que teria sido visto na área onde Vitória desapareceu.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um casal furtou uma viatura da Polícia Rodoviária Federal e se passou por agentes do órgão para cobrar uma dívida em Goiânia.
Viatura foi levada de uma oficina, onde passava por manutenção, pelos suspeitos. O caso aconteceu na quarta-feira (12).
Homem que foi cobrado pelo casal procurou a polícia para denunciar o ocorrido. Ele afirmou à PRF que, mesmo sem fardamento, o suspeito disse que era policial e o ameaçou antes de deixar o local.
Caso foi encaminhado à Polícia Federal e a dupla foi ouvida. Eles assinaram um termo circunstanciado por falsa identificação e ameaça, sendo liberados em seguida, segundo a PF. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
Nem a PRF nem a PF informaram o valor da dívida que foi cobrada pelos suspeitos. Os órgãos também não detalharam se os suspeitos tinham alguma ligação com os donos da oficina onde estava a viatura.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quatro policiais militares foram indiciados pela Polícia Civil de São Paulo por matarem um colombiano com ao menos 40 tiros na véspera do Natal do ano passado. O caso ocorreu em um prédio na região central da capital paulista.
Vídeos obtidos pela TV Globo mostram a execução do homem e, depois, os policiais combinando a versão que dariam no boletim de ocorrência. Eles foram gravados pelas câmeras corporais dos PMs.
Os policiais militares foram chamados por vizinhos do colombiano após ouvirem gritos e verem sangue no apartamento. No local, encontraram o homem ferindo o próprio cachorro com uma faca e tentaram negociar para que ele largasse a arma e se rendesse.
A conversa, segundo os registros em vídeo, durou cerca de dez minutos. Os policiais ficaram no corredor do prédio, enquanto a vítima estava no apartamento, com a porta aberta.
Diante da resistência do colombiano, que estaria em surto, um dos PMs chegou a atirar com uma arma de choque, mas o procedimento não deu certo. Em seguida, ocorreram os disparos com arma de fogo que mataram o homem e o cachorro.
As imagens mostram que dez policiais participaram da ação e quatro atiraram. Segundo a investigação, os policiais chegaram a entrar no apartamento e encontraram o homem ainda vivo, mas atiraram de novo e o mataram.
Depois da execução, o chefe dos PMs aparece no vídeo instruindo os demais sobre a versão que seria dada às autoridades.
"Ou seja, indivíduo armado de faca, agressivo, colocando a vida dos senhores O procedimento diz o quê? Arma de fogo. Mesmo assim tentaram utilizar a taser. Ou seja, tentaram um método menos letal dentro da possibilidade, certo? Não há o que se falar. Primeiro de tudo, o senhor se acalma. Porém, procedimento é procedimento, senhores", ele diz.
O PM, em seguida, pergunta quem fez os disparos e quatro policiais levantam as mãos.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os quatro foram afastados do trabalho na rua desde a data dos disparos. O caso também é investigado em um inquérito policial militar.
(FOLHAPRESS) - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro realiza a partir desta quinta-feira (13) o julgamento de dois dos três acusados de espancar até a morte o congolês Moïse Kabagambe em janeiro de 2022.
O júri popular, previsto para começar às 11h, analisará a responsabilidade de Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca no crime, que gerou forte comoção e mobilizações contra a violência racial e a precarização do trabalho de imigrantes no Brasil.
O terceiro réu, Brendon Alexander Luz da Silva, teve seu julgamento desmembrado do processo, após recurso da defesa. O pedido está em tramitação no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A defesa de Brendon Alexander nega que ele tenha participado das agressões.
A advogada de Fábio Pirineus, Hortência Menezes, não retornou até a publicação deste texto. A reportagem não localizou a defesa de Aleson Cristiano.
À Justiça, os réus, que estão presos desde 22 de fevereiro de 2022, declararam que agiram para se defender. Os três suspeitos trabalhavam em quiosques e barracas da praia, e afirmaram que a discussão começou porque Moïse estaria embriagado e tentando pegar bebidas sem pagar.
Familiares da vítima afirmam que ele apenas cobrava o pagamento por dias trabalhados
O congolês tinha 24 anos e trabalhava como freelancer em quiosques da Barra da Tijuca, foi brutalmente agredido no quiosque Tropicália, na altura do Posto 8, na noite de 24 de janeiro de 2022.
Segundo a denúncia do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), ele foi espancado com socos, chutes, tapas e ao menos 25 golpes de taco de beisebol. As investigações indicam que o crime foi cometido por motivo fútil, após uma discussão entre Moïse e um funcionário do quiosque.
As imagens da agressão, captadas por câmeras de segurança, mostram que ele foi imobilizado, teve pés e mãos amarrados e continuou sendo agredido mesmo após perder a consciência.
De acordo com os promotores, a violência empregada foi tamanha que os denunciados trataram a vítima como "um animal peçonhento".
Fábio e Aleson são réus por homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado por motivo fútil, uso de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Moïse era refugiado e vivia no Brasil havia mais de uma década. Sua morte provocou protestos no país e levou a prefeitura do Rio a assumir a administração dos quiosques Tropicália e Biruta, rebatizando-os em homenagem ao jovem congolês.
A cada 17 horas, uma mulher morreu em razão do gênero em 2024 em nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados apontaram um total de 531 vítimas de feminicídios no ano passado.
Em 75,3% dos casos, os crimes foram cometidos por pessoas próximas. Se considerados somente parceiros e ex-parceiros, o índice é de 70%.
O novo boletim Elas Vivem: um caminho de luta, divulgado nesta quinta-feira (13), foi produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) dedicada a acompanhar políticas públicas de segurança, fenômenos de violência e criminalidade em nove estados.
Segundo o estudo, a cada 24 horas ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência em 2024 nos nove estados. Ao todo, foram registradas 4.181 mulheres vitimadas, representando um aumento de 12,4% em relação a 2023, quando o estado do Amazonas ainda não fazia parte deste monitoramento. O estado juntou-se à Rede em janeiro do ano seguinte.
“Continuamos chamando atenção, ano após ano, para um fenômeno muito maior do que essa amostragem, que foi normalizado pela sociedade e pelo poder público como apenas mais uma pauta social. E por isso os números seguem aumentando, enquanto as políticas de assistência estão sendo fragilizadas”, observa a organização.
“Apesar de importantes avanços ao longo dos anos com a institucionalização dos mecanismos de proteção às mulheres, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como crime – que deveriam estar mais consolidados e dotados de melhores condições de funcionamento –, a violência contra mulheres e o feminicídio continuam sendo uma realidade alarmante em nosso país”, disse a pesquisadora Edna Jatobá, que assina o principal texto desta edição do relatório.
Confira o número de vítimas de violência e de feminicídios em cada estado em 2024:
Estado
Vítimas de violência
Feminicídios
Amazonas
604
33
Bahia
257
46
Ceará
207
45
Maranhão
365
54
Pará
388
41
Pernambuco
312
69
Piauí
238
36
Rio de Janeiro
633
63
São Paulo
1.177
144
Total
4.181
531
Brasília (DF) 11/02/2025 – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil - Joédson Alves/Agência Brasil
Veja a situação em cada estado monitorado, segundo o boletim Elas Vivem
Amazonas
O estado aparece pela primeira vez no monitoramento da Rede de Observatórios. Com 604 casos, fica atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro em números de violência, superando estados mais populosos, como Bahia e Pernambuco. Foram registrados 33 feminicídios no estado, 15 deles por parceiros ou ex-parceiros.
No Amazonas, 84,2% das vítimas de violência sexual em 2024 tinha de 0 a 17 anos. Além disso, 97,5% não tiveram identificação de raça/cor. O estado registrou dois casos de transfeminicídio.
Bahia
O estado apresentou redução de 30,2% nos eventos de violência em um ano (de 368 para 257). Em 73,9% dos casos as vítimas não tiveram raça ou cor identificada. Entre os 46 feminicídios, 34 não tiveram essa informação.
A capital baiana, Salvador, foi a que mais registrou eventos, com 68 no total. A Bahia também teve 96 mortes de mulheres (feminicídio e homicídio). Nenhum transfeminicídio foi registrado.
Ceará
Os 207 casos registrados fizeram de 2024 o pior período em sete anos com relação à violência contra mulheres no Ceará. Em comparação com 2023, o aumento foi de 21,1%. Os feminicídios também aumentaram: de 42 para 45.
A maioria dos casos ocorreu com mulheres entre 18 a 39 anos. Parceiros e ex-parceiros cometeram 56 das violências. O estado também registrou um caso de transfeminicídio.
Maranhão
O Maranhão cresceu quase 90% na violência de gênero. O estado passou de 195 para 365 eventos violentos, sendo 151 cometidos por parceiros e ex-parceiros. Foram 54 assassinatos, sendo que 31 delas tinham entre 18 e 39 anos.
Quase 100% dos crimes não tiveram identificadas raça e cor (93,7% das ocorrências).
Pará
O Pará também registrou um crescimento alarmante sobre os eventos de violência: alta de 73,2% (de 224 para 388). A motivação dos casos majoritariamente não teve registro (81,3%), mas 63,4% dos crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros.
As agressões registradas com uso de arma de fogo somaram 96 e com facas e objetos cortantes foram 95.
Pernambuco
O estado teve uma redução de 2,2% (de 319 para 312) nos casos de violência contra as mulheres. No entanto, Pernambuco ficou atrás apenas de São Paulo nas mortes de mulheres (feminicídio, transfeminicídio e homicídio), com 167 eventos.
Foi o segundo estado, entre os nove, com mais casos de feminicídio: 69 casos.
Piauí
O estado registrou crescimento de 17,8% nos crimes ligados a gênero (de 202 casos para 237). Teresina teve, disparadamente, o maior número de casos (101), seguida por Parnaíba (14). Foram 57 tentativas de feminicídios e 36 feminicídios.
A exemplo de outras regiões, o Piauí também teve problemas de transparência dos dados: 52,7% dos casos ficaram sem registro de motivações e 97,2% sem os marcadores social e étnico-racial, informações necessárias à compreensão do fenômeno e para o direcionamento de políticas públicas.
Rio de Janeiro
No Rio, os casos de violência de gênero cresceram de 621 para 633 em um ano – aumento de 1,9%. Do total, 197 crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Feminicídios e tentativas também registraram altos números: 63 e 261, respectivamente.
Foram registrados 103 casos de violência sexual/estupro. Do total de 64 eventos violentos, 13 foram cometidos por agentes da segurança pública.
São Paulo
São Paulo é a única região monitorada com mais de 1 mil eventos violentos contra mulheres em 2024. Foram 1.177 casos, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior.
A capital do estado teve os maiores números de casos: foram 149, seguida de São José do Rio Preto, com 66, e Sorocaba, com 42.
Entre as vítimas de violência com registro etário, 378 mulheres tinham de 18 a 39 anos – 422 não tiveram essa informação disponibilizada.
Foram registrados 144 feminicídios no estado, sendo 125 cometidos por parceiros ou ex-parceiros.
A cada 17 horas, uma mulher morreu em razão do gênero em 2024 em nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados apontaram um total de 531 vítimas de feminicídios no ano passado.
Em 75,3% dos casos, os crimes foram cometidos por pessoas próximas. Se considerados somente parceiros e ex-parceiros, o índice é de 70%.
O novo boletim Elas Vivem: um caminho de luta, divulgado nesta quinta-feira (13), foi produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) dedicada a acompanhar políticas públicas de segurança, fenômenos de violência e criminalidade em nove estados.
Segundo o estudo, a cada 24 horas ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência em 2024 nos nove estados. Ao todo, foram registradas 4.181 mulheres vitimadas, representando um aumento de 12,4% em relação a 2023, quando o estado do Amazonas ainda não fazia parte deste monitoramento. O estado juntou-se à Rede em janeiro do ano seguinte.
“Continuamos chamando atenção, ano após ano, para um fenômeno muito maior do que essa amostragem, que foi normalizado pela sociedade e pelo poder público como apenas mais uma pauta social. E por isso os números seguem aumentando, enquanto as políticas de assistência estão sendo fragilizadas”, observa a organização.
“Apesar de importantes avanços ao longo dos anos com a institucionalização dos mecanismos de proteção às mulheres, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como crime – que deveriam estar mais consolidados e dotados de melhores condições de funcionamento –, a violência contra mulheres e o feminicídio continuam sendo uma realidade alarmante em nosso país”, disse a pesquisadora Edna Jatobá, que assina o principal texto desta edição do relatório.
Confira o número de vítimas de violência e de feminicídios em cada estado em 2024:
Veja a situação em cada estado monitorado, segundo o boletim Elas Vivem
O estado aparece pela primeira vez no monitoramento da Rede de Observatórios. Com 604 casos, fica atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro em números de violência, superando estados mais populosos, como Bahia e Pernambuco. Foram registrados 33 feminicídios no estado, 15 deles por parceiros ou ex-parceiros.
No Amazonas, 84,2% das vítimas de violência sexual em 2024 tinha de 0 a 17 anos. Além disso, 97,5% não tiveram identificação de raça/cor. O estado registrou dois casos de transfeminicídio.
O estado apresentou redução de 30,2% nos eventos de violência em um ano (de 368 para 257). Em 73,9% dos casos as vítimas não tiveram raça ou cor identificada. Entre os 46 feminicídios, 34 não tiveram essa informação.
A capital baiana, Salvador, foi a que mais registrou eventos, com 68 no total. A Bahia também teve 96 mortes de mulheres (feminicídio e homicídio). Nenhum transfeminicídio foi registrado.
Os 207 casos registrados fizeram de 2024 o pior período em sete anos com relação à violência contra mulheres no Ceará. Em comparação com 2023, o aumento foi de 21,1%. Os feminicídios também aumentaram: de 42 para 45.
A maioria dos casos ocorreu com mulheres entre 18 a 39 anos. Parceiros e ex-parceiros cometeram 56 das violências. O estado também registrou um caso de transfeminicídio.
O Maranhão cresceu quase 90% na violência de gênero. O estado passou de 195 para 365 eventos violentos, sendo 151 cometidos por parceiros e ex-parceiros. Foram 54 assassinatos, sendo que 31 delas tinham entre 18 e 39 anos.
Quase 100% dos crimes não tiveram identificadas raça e cor (93,7% das ocorrências).
O Pará também registrou um crescimento alarmante sobre os eventos de violência: alta de 73,2% (de 224 para 388). A motivação dos casos majoritariamente não teve registro (81,3%), mas 63,4% dos crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros.
As agressões registradas com uso de arma de fogo somaram 96 e com facas e objetos cortantes foram 95.
O estado teve uma redução de 2,2% (de 319 para 312) nos casos de violência contra as mulheres. No entanto, Pernambuco ficou atrás apenas de São Paulo nas mortes de mulheres (feminicídio, transfeminicídio e homicídio), com 167 eventos.
Foi o segundo estado, entre os nove, com mais casos de feminicídio: 69 casos.
O estado registrou crescimento de 17,8% nos crimes ligados a gênero (de 202 casos para 237). Teresina teve, disparadamente, o maior número de casos (101), seguida por Parnaíba (14). Foram 57 tentativas de feminicídios e 36 feminicídios.
A exemplo de outras regiões, o Piauí também teve problemas de transparência dos dados: 52,7% dos casos ficaram sem registro de motivações e 97,2% sem os marcadores social e étnico-racial, informações necessárias à compreensão do fenômeno e para o direcionamento de políticas públicas.
No Rio, os casos de violência de gênero cresceram de 621 para 633 em um ano – aumento de 1,9%. Do total, 197 crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Feminicídios e tentativas também registraram altos números: 63 e 261, respectivamente.
Foram registrados 103 casos de violência sexual/estupro. Do total de 64 eventos violentos, 13 foram cometidos por agentes da segurança pública.
São Paulo é a única região monitorada com mais de 1 mil eventos violentos contra mulheres em 2024. Foram 1.177 casos, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior.
A capital do estado teve os maiores números de casos: foram 149, seguida de São José do Rio Preto, com 66, e Sorocaba, com 42.
Entre as vítimas de violência com registro etário, 378 mulheres tinham de 18 a 39 anos – 422 não tiveram essa informação disponibilizada.
Foram registrados 144 feminicídios no estado, sendo 125 cometidos por parceiros ou ex-parceiros.
Clara Maria, de 21 anos, foi encontrada morta em Belo Horizonte, após dias de buscas. A jovem, que trabalhava como auxiliar de cozinha, desapareceu no último domingo (9) ao sair para cobrar uma dívida de um ex-colega de trabalho. O corpo foi localizado pela Polícia Civil (PCMG) em uma casa no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha. Três suspeitos foram presos e ouvidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
O corpo de Clara Maria estava enterrado e coberto por uma camada de concreto que ainda não havia secado completamente. A vítima, natural de Uberlândia, morava sozinha desde os 14 anos e era descrita por amigos e colegas de trabalho como uma pessoa responsável e dedicada. "Uma menina educada, gentil, que trabalhava bastante, demonstrando comprometimento e responsabilidade", descreveu Patrícia Passeli, proprietária da padaria onde Clara Maria trabalhava ao G1.
Um amigo registrou o desaparecimento da jovem após ela não retornar para casa. Segundo o relato, Clara Maria enviou mensagens informando que havia recebido o dinheiro e estava voltando, mas não chegou em casa. Mensagens posteriores, enviadas de forma estranha, levantaram suspeitas. Os celulares de Clara Maria e do ex-colega de trabalho pararam de receber mensagens e ligações.
De acordo com o G1, a jovem era skatista e apaixonada pelos dois gatos que criava. "Acho que as coisas mais importantes para ela eram estes gatinhos, ela era apaixonada por eles", contou o amigo Fernando Sorrentino. "Foi uma catástrofe que aconteceu. A Clara era muito amada, ela tinha muitos amigos, muito mesmo. Está todo mundo arrasado. Sempre que ela estava, mudava a energia. Tivemos bons momentos juntos", relembrou.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou nesta quarta-feira (12) que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) reavalie a prisão preventiva de Monique Medeiros, acusada de envolvimento na morte de seu filho, Henry Borel, de 4 anos, ocorrido em 8 de março de 2021.
Na decisão, o ministro atendeu ao que prevê o Código de Processo Penal, que estabelece a revisão da prisão preventiva a cada 90 dias. Gilmar Mendes ordenou que a 7ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro faça uma nova análise sobre a necessidade da medida cautelar contra Monique. A defesa da acusada argumentou que a reavaliação da prisão deveria ser feita pelo juiz de primeira instância, mas o STF reafirmou que, de acordo com a legislação, a revisão deve ser realizada pelo mesmo órgão que decretou a prisão preventiva.
Monique Medeiros e o ex-vereador do Rio, Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, também acusado de participar do crime, serão julgados pelo Júri Popular na comarca do Rio de Janeiro. A data do julgamento ainda não foi definida, mas o caso segue sendo um dos mais aguardados e impactantes da justiça fluminense.
(FOLHAPRESS) - Dois homens foram baleados por policiais militares durante uma perseguição na madrugada desta quarta-feira (12), na marginal Tietê, na zona oeste de São Paulo. Segundo a PM, eles são suspeitos de terem cometido roubo na região.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de roubo nas imediações da marginal e encontrou os suspeitos em um carro vermelho.
A perseguição começou por volta das 4h, segundo a PM. A dupla não obedeceu as ordens de parada e teria trocado tiros com os militares.
Os dois suspeitos foram baleados. O carro em que eles estavam foi parado na altura da avenida Alexandre Colares, na Vila Jaguara, antes da ponte dos Remédios, sentido rodovia Castelo Branco.
Os suspeitos foram socorridos a um hospital da região e estão acompanhados de policias. Assim que tiverem alta, serão detidos.
O local ficou isolado e causou trânsito na via. As armas utilizadas no crime foram apreendidas e encaminhadas para perícia.
(FOLHAPRESS) - Uma semana após o corpo de Vitória Regina Sousa, 17, ter sido encontrado em um matagal de Cajamar, na Grande São Paulo, a investigação do caso conseguiu avançar. A polícia atualmente tem três suspeitos de serem os autores, e também achou um possível resto de sangue da vítima no porta-malas de um dos carros apreendidos. Porém, algumas questões permanecem, como quem é o mandante do crime, qual a motivação ou onde é o cativeiro que Vitória esteve antes de ser torturada e morta a facadas. Entenda as atualizações até agora do caso. * RAPTADA NA VOLTA DO TRABALHO
Vitória era caixa de um restaurante num shopping em Cajamar e saiu às 23h no dia 26 de fevereiro. Ela pegava dois ônibus até casa. No primeiro ponto, uma amiga relatou que ela estava inquieta e ríspida.
De acordo com a investigação, no segundo ponto ela teria percebido a presença de dois homens. Com medo, avisou outra amiga por mensagem. Um dos homens embarcou junto com Vitória.
Ela tentou então pedir uma carona para seu ex-namorado Gustavo Vínicius Moraes, 25, dizendo que o carro de seu pai estava quebrado. A mensagem não foi respondida
Ela desceu em seu ponto e o homem continuou no coletivo, ainda segundo a investigação. Após atravessar uma estrada de barro sem iluminação, ela chegou ao bairro onde morava. Testemunhas afirmaram à polícia que ela estava sendo seguida por dois homens em um Toyota Yaris (já apreendido).
Por volta do mesmo horário, um Toyota Corolla, que testemunhas afirmaram estar em posse de Gustavo naquela noite, foi visto na vizinhança. O veículo também foi apreendido. Foi detectado resto de sangue no porta-malas, e as amostras coletadas agora irão passar por processo de desintoxicação para verificar se o sangue era de Vitória. O processo deve demorar de 30 a 40 dias.
Outros exames também estão sendo analisados, como, por exemplo, como Vitória morreu e se ela sofreu violência sexual.
Dos três carros apreendidos desde o início das investigações (os outros sendo um Corsa branco e o Yaris), o Corolla é o único no qual foi achado sangue. O veículo pertence a Maicol Antonio Sales dos Santos, único preso até agora, de forma temporária desde a tarde de sábado (8).
CORPO ENCONTRADO
A polícia encontrou na quarta (5) o corpo da adolescente numa área de mata. Ela estava sem roupas -apenas com um sutiã na altura do pescoço-, com o cabelo raspado e degolada. As mãos estavam amarradas e apresentam indícios de que foram envolvidas em algum material plástico, a fim de evitar que material genético dos envolvidos no crime ficasse sob as unhas da jovem.
A investigação suspeita que Vitória foi torturada e ficou em cárcere por dois ou três dias antes de ser levada ao local em que seu corpo foi localizado. A localização do cativeiro é desconhecida.
Pela maneira metódica que o crime foi realizado, se suspeita do envolvimento de facções criminosas. Havia uma célula do PCC na região em que ela foi encontrada.
QUEM SÃO OS SUSPEITOS
Maicol é tratado pela polícia como o principal suspeito -investigadores dizem que há mais provas contra eles do que contra o restante dos investigados. Sua mulher, por exemplo, desmente que ele tenha dormido com ela na noite em que Vitória teria sido raptada.
Procurada, a defesa dele disse que deve se pronunciar após analisar o inquérito. A localização do celular de Maicol também aponta que ele esteve perto de Vitória, disse o delegado.
Gritos e movimentações estranhas foram ouvidas na casa do suspeito. Testemunhas teriam sido ameaçadas por ele durante a investigação da polícia. Gustavo e Daniel Lucas também são investigados. A polícia pediu a prisão dos três, mas a Justiça só permitiu a de Maicol. Os três são amigos, segundo a investigação.
Gustavo é ex-namorado de Vitória e teve diversas contradições em seu depoimento. Ele teria mentido sobre não estar disponível na hora que a adolescente pediu ajuda para voltar para casa.
Já Daniel, dono de um Corsa branco no qual foram achados fios de cabelos no porta-malas, gravou o trajeto de Vitória várias vezes antes de ela desaparecer. Seu celular está apreendido.
A polícia tenta cruzar as ligações feitas e localizações do celular dos três suspeitos, para saber se eles estavam juntos ou se falaram com outras pessoas.
MOTIVAÇÃO
A polícia ainda não sabe qual a motivação para o crime, mas a principal hipótese é vingança passional. Entre investigados e testemunhas, 18 pessoas foram ouvidas.
Uma delas foi o pai da garota. O relatório de investigação da Polícia Civil sobre a morte de Vitória Regina aponta divergências no depoimento do pai da jovem. De acordo com o documento, o comportamento de Carlos Alberto de Sousa chamou a atenção dos policiais.
Ele chegou a ser investigado, assim como todos os parentes e amigos próximos da jovem, disse o delegado. Mas os investigadores rapidamente descartaram seu envolvimento com o crime.
MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) - Um indígena pataxó foi morto a tiros no extremo sul da Bahia, na noite desta segunda-feira (10). O caso foi divulgado inicialmente pelo Conpaca (Conselho de Caciques Pataxó) e confirmado pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
A Polícia Civil confirmou que registrou a ocorrência no município de Prado. O caso teria acontecido dentro da Terra Indígena Barra Velha de Monte Pascoal. A vítima foi identificada como Victor Braga Braz, 53, morador da aldeia Terra Vista. Além deele, outro indígena, de 25 anos, foi ferido por disparos de uma arma de fogo e precisou passar por cirurgia na manhã desta terça-feira (11). Segundo o Concapa, outros dois adolescentes estão desaparecidos. A polícia não deu detalhes sobre eles.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia disse que a Força Integrada de Combate a Crimes Comuns Envolvendo Povos e Comunidades Tradicionais reforçou as ações ostensivas e de inteligência na aldeia Terra Vista após a ocorrência
"Por fim, a SSP destaca que as forças da segurança trabalham no local buscando identificar e capturar os envolvidos no ataque a tiros", diz nota enviada à reportagem.
A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia Territorial de Prado, instaurou um inquérito para investigar a morte.
Um caso de violência infantil chocou a cidade de Varginha, em Minas Gerais. O menino Davi Miranda Totti, de apenas três anos, faleceu nesta terça-feira (11) após 14 dias internado em estado grave devido a agressões. O principal suspeito do crime é o padrasto da criança, Leonardo José Cardoso Azevedo Capitaneo, de 23 anos, que está preso preventivamente.
Davi foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 25 de fevereiro com múltiplas lesões. Devido à gravidade do quadro, ele foi transferido para o Hospital Regional de Varginha, onde passou por cirurgia e permaneceu internado na UTI, lutando pela vida.
Diante da tragédia, o pai da criança, Mateus Totti Rodrigues, expressou sua dor em uma declaração emocionante. "Foram, com certeza, os dias mais tristes de nossa família. Fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance e ele recebeu todo cuidado médico disponível. Fica agora a lembrança do nosso menino lindo e o eterno amor por ele em nossos corações. Davi está no céu com todo o amor que ele merece", disse.
A família, que acompanhou de perto a luta de Davi, agora busca justiça para que o caso não fique impune. A polícia segue com as investigações para esclarecer todas as circunstâncias da agressão.
O pastor Luiz Carlos De Figueiredo Kamp, da igreja evangélica Nova Vida em Nova Cidade, e seu diácono Saulo Farias, foram mortos na noite desta segunda-feira, 10, na BR-101, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil do Rio, há ainda uma terceira vítima, não identificada, que ficou ferida e foi socorrida ao hospital.
"A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) foi acionada e investiga as mortes\", diz a polícia civil. "Diligências estão em andamento para apurar a autoria e as circunstâncias do crime." Maiores detalhes não foram divulgados até o momento.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirma que o crime ocorreu por volta das 21h40 na pista sentido Itaboraí da BR-101 e que o sobrevivente foi encaminhado ao Hospital Azevedo Lima. A reportagem procurou a unidade de saúde para saber detalhes do quadro clínico da vítima, mas não recebeu retorno.
No Instagram, a igreja Nova Vida em Nova Cidade comunicou e lamentou a morte dos integrantes da instituição. "Eles agora estão nos braços do pai", escreveram. Informações sobre o sepultamento ainda não foram divulgadas.
A investigação sobre o assassinato de Vitória Regina de Souza, encontrada morta em Cajamar, São Paulo, avança com novas evidências. A polícia encontrou manchas de sangue no carro de Maicol Sales dos Santos, um dos suspeitos presos, e investiga um possível cativeiro onde a jovem pode ter sido mantida.
Vitória, que desapareceu na madrugada de 27 de fevereiro, foi encontrada morta em uma área de mata fechada. A perícia indica que ela foi torturada e morta com três facadas em outro local, antes de o corpo ser descartado.
A investigação aponta que o carro de Maicol Sales dos Santos passou pelo trajeto que Vitória percorreu ao descer do ônibus. O veículo foi apreendido e periciado, e o sangue encontrado no porta-malas está sendo analisado para comparação de DNA.
"Já foi encaminhado para o laboratório de DNA. Esse exame de DNA é um pouco demorado porque precisa fazer o refinamento dele. Por volta de 30, 40 dias esse laudo estará conosco”, afirma Luiz Carlos do Carmo, diretor do Demacro.
Além de Maicol Sales dos Santos, outros dois suspeitos são investigados: um ex-namorado de Vitória e um amigo dele. Ambos negam envolvimento no crime.
A investigação também apura a possibilidade de um cativeiro onde Vitória teria sido mantida antes de ser morta. A polícia ouviu 18 pessoas até o momento, e o celular da vítima ainda não foi encontrado.
Os três rapazes que abordaram Vitória em um carro momentos antes de seu desaparecimento foram ouvidos e liberados, após apresentarem provas de que foram a um bar em seguida.
Uma mulher de 51 anos foi brutalmente assassinada pelo marido na madrugada desta segunda-feira (11), em Goianésia, Goiás. Segundo as autoridades, Gilvan Pires, de 53 anos, desferiu mais de 20 facadas contra a esposa, Leila Portilho, e em seguida tirou a própria vida.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta da 1h da manhã, após familiares do agressor pedirem socorro. Ao chegarem ao local, encontraram Gilvan já sem vida, enquanto Leila ainda apresentava sinais vitais. Ela foi socorrida e encaminhada a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e sofreu uma parada cardiorrespiratória.
O casal era conhecido na cidade por atuar no ramo de cosméticos e trabalhava junto no comércio local.
A Polícia Civil de Goiás investiga o caso e deve apurar se a vítima já havia registrado algum boletim de ocorrência contra o marido ou se havia histórico de violência doméstica.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil recuperou nesta segunda-feira (10) cerca de 10,5 mil aparelhos celulares sem procedência e com suspeita de roubo ou furto no estado de São Paulo. Os aparelhos foram apreendidos em mais uma uma fase da Operação Big Mobile.
A ação tem como objetivo desarticular grupos criminosos envolvidos na receptação de celulares roubados ou furtados, diz a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo). Um helicóptero foi usado no apoio.
Quase 2.000 policiais participam da operação, que ocorreu em todo o estado. Na capital, 476 agentes do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) se reuniram na Praça da República, no centro, antes de iniciar os trabalhos. Outros 381 atuaram na região metropolitana. O restante foi distribuído entre os Departamentos de Polícia Judiciária do Interior.
Os policiais fiscalizam lojas e imóveis identificados como pontos de receptação. Os endereços foram mapeados a partir de boletins de ocorrência registrados pelas vítimas.
Os celulares foram encaminhados para diversas delegacias que, a partir de agora, passam a identificar a procedência.
Na operação realizada nesta segunda, mais de 1.500 mil boletins de ocorrência registrados de janeiro até o final de fevereiro foram analisados pelos policiais. A partir das informações fornecidas pelas vítimas foi possível identificar o ultimo local que o sinal GPS indicou, afirma a SSP.
O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, diz que os registros das vítimas são fundamentais para as investigações. "São informações essenciais para que a gente possa entrar nesses lugares e fazer a fiscalização.".
Os celulares apreendidos serão identificados pelo número de Imei (do inglês International Mobile Equipment Identity, ou Identificação Internacional de Equipamento Móvel), e os donos contatados para recuperar os aparelhos.
As fases anteriores da operação, em janeiro, resultaram na recuperação de mais de 16 mil celulares na capital e na Baixada Santista.
No total, em 2024, a Polícia Civil recuperou 39 mil aparelhos, dos quais quase 36 mil foram devolvidos aos donos.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de São Paulo desmentiu a informação de que Carlos Alberto Souza, pai da adolescente Vitória Regina de Sousa, 17, estaria entre os suspeitos do assassinato da menina. Ela foi encontrada morta em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.
Diretor da polícia negou que pai seja investigado. "Nao existe investigação contra o pai da vitima", disse o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (DEMACRO), Luiz Carlos do Carmo, em coletiva na tarde de hoje.
Cativeiro pode ter sido encontrado. Segundo a polícia, ainda hoje será periciado o local para onde provavelmente Vitória foi levada e mantida antes de ser morta.
Polícia investiga se houve abuso sexual contra a vítima e se sangue em carro era dela. Autoridades aguardam os resultados dos exames. O DNA é demorado porque precisa ser feita uma descontaminação do material biológico, encontrado no carro de um dos suspeitos.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que mais de uma pessoa participou do assassinato da adolescente. Para os investigadores, apenas uma pessoa seria incapaz de cometer o crime. "Ali tem a participação e a coautoria de outros elementos [outras pessoas]", afirmou o diretor da PCSP, Luiz Carlos do Carmo em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ontem.
"Demos um grande passo com a prisão do Maicol, um dos autores que praticou essa barbárie", disse o diretor do DEMACRO, Luiz Carlos do Carmo.
Vitória desapareceu no fim de fevereiro. Ela saiu do trabalho, pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Depois, pegou outro ônibus e escreveu para a amiga dizendo que estava com medo de estar sendo seguida.
Corolla passou pelo trajeto da jovem. Segundo a polícia, o carro teria perseguido a adolescente. O corpo dela foi encontrado no dia 5 de março, com sinais de tortura.
Um dos suspeitos gravou trajeto feito por Vitória antes de desaparecer, diz polícia. As imagens foram encontradas no celular de Daniel Lucas Pereira, segundo Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil. "O celular dele está sendo encaminhado para perícia, mas já visualizamos que nele tem imagens gravadas no caminho entre o ponto de ônibus até a residência da vítima", afirmou ao Domingo Espetacular, da TV Record.
No sábado, foi decretada a prisão temporária de Maicol Antonio Sales dos Santos, outro suspeito. Maicol é dono do veículo Corolla que teria sido visto no local onde Vitória desapareceu. "Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados", escreveu a juíza Juliana Junqueira na decisão em que acatou o pedido de prisão temporária.
Uma contradição em depoimento foi um dos fatores que levou à prisão de Maicol. Ele afirmou à polícia que na noite de 26 de fevereiro, quando Vitória desapareceu, estava em casa com a esposa. No entanto, a companheira dele disse que estava na casa da mãe dela, onde ficou até o dia seguinte, e só falou com ele por mensagem.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Agentes fantasiados do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) da Polícia Civil paulista prenderam dois homens suspeitos de roubarem celulares neste domingo (9) em blocos do pós-Carnaval de São Paulo.
A equipe foi liderada pela diretora da repartição, Ivalda Aleixo, que estava vestida da cantora Rita Lee.
Os suspeitos, ambos de 27 anos, foram presos em flagrante na rua da Consolação, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).
Os policiais suspeitaram de um dos homens, que estava com as mãos no bolso e transitando rapidamente entre os foliões.
Os agentes abordaram o homem e encontraram com ele, cinco celulares, dos quais dois estavam desbloqueados. As vítimas foram notificadas e reconheceram o homem.
Após ouvir as vítimas, os policiais localizaram o segundo autor, que também foi reconhecido.
O caso foi registrado como roubo no 78° Departamento de Polícia, no Jardins.
ESTRATÉGIA DE DISFARCE
Os agentes fantasiados participam da Operação Carnaval, para coibir roubos e furtos de celular durante os blocos de rua paulistanos.
Cenas como esta estão sendo gravadas desde o pré-Carnaval. Semana retrasada, policiais fantasiados de Chapolin Colorado e padre prenderam um ladrão de celulares na região da Consolação.
À Folha, os policiais afirmaram que a escolha dos novos personagens permanece sigilosa, mas as roupas precisam ser largas para esconder a arma e as algemas e não restringir os movimentos caso precisem correr atrás de suspeitos no meio da multidão.
A estratégia está funcionando, segundo a SSP. O estado teve 30 celulares roubados ou furtados a cada hora no carnaval, segundo dados da pasta. O número significa uma redução de 31% em comparação com 2024.
Foram 3.678 ocorrências do tipo registradas de 28 de fevereiro a 4 de março no estado, durante a folia. No Carnaval do ano passado, 5.391 celulares foram roubados ou furtados. Os dados sobre o fim de semana pós-Carnaval ainda não foram divulgados pela pasta.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Durante o final de semana, a investigação do assassinato da adolescente Vitória Regina de Sousa, 17, avançou. Foram encontradas novas evidências e a prisão de um suspeito foi decretada.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que mais de uma pessoa participou do assassinato da adolescente. Para os investigadores, apenas uma pessoa seria incapaz de cometer o assassinato de Vitória. "Ali tem a participação e a coautoria de outros elementos [outras pessoas]", afirmou o diretor da PCSP, Luiz Carlos do Carmo em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ontem.
Um dos suspeitos gravou trajeto feito por Vitória antes de desaparecer, diz polícia. As imagens foram encontradas no celular de Daniel Lucas Pereira, segundo Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil. "O celular dele está sendo encaminhado para perícia, mas já visualizamos que nele tem imagens gravadas no caminho entre o ponto de ônibus até a residência da vítima", afirmou ao Domingo Espetacular, da TV Record.
No sábado, foi decretada a prisão temporária de Maicol Antonio Sales dos Santos, outro suspeito. Maicol é dono do veículo Corolla que teria sido visto no local onde Vitória desapareceu. "Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados", escreveu a juíza Juliana Junqueira na decisão em que acatou o pedido de prisão temporária.
Uma contradição em depoimento foi um dos fatores que levou à prisão de Maicol. Ele afirmou à polícia que na noite de 26 de fevereiro, quando Vitória desapareceu, estava em casa com a esposa. No entanto, a companheira dele disse que estava na casa da mãe dela, onde ficou até o dia seguinte, e só falou com ele por mensagem.
A Polícia Civil também pediu a prisão temporária de Daniel, mas a Justiça negou. A juíza entendeu que não havia necessidade de prisão temporária, já que apenas uma foto o ligava ao caso, porém, autorizou busca e apreensão na casa dos dois investigados.
Vitória desapareceu no fim de fevereiro. Ela saiu do trabalho, pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Depois, pegou outro ônibus e escreveu para a amiga dizendo que estava com medo de estar sendo seguida.
Corolla passou pelo trajeto da jovem. Segundo a polícia, o carro teria perseguido a adolescente. O corpo dela foi encontrado no dia 5 de março, com sinais de tortura.
Polícia investiga se PCC está envolvido. Segundo o delegado Aldo Galiano, Vitória foi encontrada com o cabelo raspado -o que é considerado um sinal deixado pela facção paulista por traição amorosa. Galiano também disse que, há quatro meses, um integrante do PCC foi preso na área onde o corpo foi encontrado.
Na manhã de sábado (8), um homem de 28 anos teve a mão cortada por seu sogro durante uma discussão em Canarana, Mato Grosso. A vítima, que não teve sua identidade revelada, foi atacada em sua própria residência pelo sogro e pelo ex-marido de sua esposa.
Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada pelo pronto-socorro por volta das 6h50. No local, a vítima relatou que todos estavam consumindo bebida alcoólica e que os ânimos estavam exaltados.
Em determinado momento, o sogro chegou acompanhado do ex-marido da esposa da vítima. Após questioná-los, o sogro atacou a vítima com um facão, cortando sua mão.
Após o ataque, os dois fugiram do local e a vítima procurou atendimento médico. O suspeito ainda não foi localizado pelas autoridades.
A menina Yara Karolaine Martins Neves, de 10 anos, desaparecida desde 26 de fevereiro em Água Boa, Minas Gerais, foi encontrada morta no sábado (8) em São Pedro do Suaçuí, no Vale do Rio Doce. O corpo, em estado de decomposição, estava enrolado em um lençol e apresentava sinais de violência.
A Polícia Militar foi acionada por duas mulheres que pescavam em uma cachoeira na área rural, conhecida como Pele de Gato. Elas encontraram o corpo embrulhado em um pano branco, dentro de um buraco próximo a uma ponte, após sentirem um forte odor.
Equipes da polícia confirmaram que o corpo era de uma criança com características semelhantes às de Yara. Um irmão da vítima identificou o corpo através de um vídeo em que ela usava um vestido similar ao que cobria o corpo.
A perícia da Polícia Civil esteve no local, mas não foi possível determinar a causa da morte devido ao estado de decomposição. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). A polícia de São Pedro do Suaçuí, São José do Jacuri, Capelinha e Peçanha continua investigando o caso.
Yara foi vista pela última vez na terça-feira (4), feriado de carnaval, no bairro Bela Vista, em Água Boa. Segundo a mãe da criança, uma amiga disse que viu Yara entrar em um carro branco por volta das 21h45. A polícia analisou imagens de câmeras de segurança, mas não encontrou o veículo.
A polícia também investigou a informação de que Yara teria sido vista em uma sorveteria em Santa Maria do Suaçuí, cidade vizinha, mas a informação não foi confirmada. A sorveteria fica entre Água Boa e São Pedro do Suaçuí, a cerca de 70 quilômetros de distância.
A polícia investiga se Yara foi forçada a entrar no carro branco e ouviu um ex-namorado da vítima. Até o momento, não há suspeitos identificados.
Uma mulher em situação de rua, Josefa Lima de Sousa, de 65 anos, confessou ter matado e consumido partes do corpo de Celso Marques Ferreira, de 60 anos, também morador de rua, na madrugada da última sexta-feira (7). Ela e o companheiro, Robson Aparecido de Oliveira, de 41 anos, foram presos em flagrante pela Polícia Civil de Peruíbe, no litoral paulista. De acordo com informações do G1, o corpo da vítima foi encontrado pela manhã no bairro Beira Mar, com sinais de tortura, incluindo o pescoço degolado, o tórax aberto e a região íntima mutilada.
De acordo com a polícia, um bilhete deixado ao lado do corpo levou os investigadores a Josefa, conhecida como "Gringa". Ela foi localizada e confessou o crime, alegando que a vítima teria dito que "merecia morrer" devido a supostos crimes que teria cometido, embora não tenha apresentado provas. Josefa afirmou que usou uma faca improvisada para matar Celso, retirar o coração e o órgão genital dele, que foram posteriormente assados e consumidos.
Ao lado da cabeça da vítima havia um bilhete com a frase “estuprador pega Gringa”.
As investigações, conduzidas pelos delegados Ricardo Wagner Zaitune e Ricardo Marinho, apontam ainda para o envolvimento de um terceiro suspeito, Rodrigo Aparecido Anselmo Freire, conhecido como "Negão". Ele também vive em situação de rua e é procurado pelas autoridades. Testemunhas relataram que Robson, companheiro de Josefa, teria ameaçado a vítima uma semana antes do crime, mas ele nega qualquer participação no homicídio.
Josefa foi presa em flagrante por homicídio qualificado por meio cruel, enquanto as investigações prosseguem para determinar o envolvimento de outras pessoas. Outras três pessoas em situação de rua também estão sendo investigadas em conexão com o caso.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O motorista investigado pelo atropelamento e morte da adolescente Thalia de Oliveira, em Osasco, na segunda-feira (3), se apresentou no 2º DP da cidade nesta quinta-feira (6) e foi liberado após prestar depoimento.
Ele não pôde ser preso porque o prazo do flagrante já tinha passado. A identidade dele não foi divulgada.
"Após prestar depoimento ele foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor e liberado, uma vez que o tempo decorrido do crime impossibilitava a prisão em flagrante, à luz do Código Penal", afirmou a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Thalia foi atropelada enquanto atravessava a avenida Flora, em uma região de condomínios residenciais, na faixa de pedestres.
O motorista dirigia um BMW e fugiu sem prestar socorro.
A via, segundo a polícia, tem limite de velocidade de 30 km/h. Imagens mostram que o veículo estaria em alta velocidade
O Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionados e levaram a adolescente até o pronto-socorro, mas ela não resistiu aos ferimentos.
O motorista foi identificado após investigação da Polícia Civil, que apreendeu o veículo.
RAQUEL LOPES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Desde a aprovação da lei que criou o crime de feminicídio, há dez anos, o Brasil registrou ao menos 11.859 vítimas, segundo dados até janeiro deste ano do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em 2024, o Brasil registrou o maior número de casos da série histórica, com 1.459 vítimas, superando os 1.448 registros do período anterior. Piauí, Maranhão, Paraná e Amazonas tiveram o maior aumento de casos por 100 mil habitantes de um ano para o outro.
Conhecida como Lei do Feminicídio, a norma alterou o Código Penal e passou a tipificar esse crime no Brasil em 9 de março de 2015. A legislação abrange assassinatos de mulheres em contextos de violência doméstica, familiar ou motivados por misoginia.
Delegada no Distrito Federal e doutora em sociologia, Cyntia Carvalho e Silva afirma que a lei trouxe visibilidade a casos que sempre existiram, permitindo um acompanhamento mais preciso e a criação de políticas públicas.
Ela atribui o aumento dos casos nos últimos anos tanto ao crescimento da violência quanto à melhoria na investigação e classificação desses crimes pelos estados. No Distrito Federal, por exemplo, um protocolo exige que toda morte violenta de mulher seja inicialmente tratada como feminicídio.
Os investigadores partem do princípio de que a motivação pode estar relacionada à violência doméstica, ao menosprezo ou à discriminação de gênero. Se a apuração indicar outra causa, o crime é reclassificado.
Uma das vítimas de feminicídio no Brasil foi Géssica Moreira de Sousa, 17. Ela foi assassinada com um tiro na cabeça no DF. O principal suspeito é seu ex-companheiro, Vandiel Próspero da Silva, 24.
Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu em uma igreja, na presença da filha do casal, de apenas dois anos. Vandiel foi até lá para buscar a criança e Géssica teria recusado a entregá-la. Ele foi preso na Bahia. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.
No ano passado, o crime cometido contra mulheres por razões de gênero deixou de ser uma qualificadora do homicídio e passou a ser tipificado como um crime autônomo, com penas que variam de 20 a 40 anos de prisão. Quando há agravantes, a pena pode chegar a 60 anos, tornando o feminicídio o crime com a maior punição prevista atualmente no Brasil.
Conhecida como Pacote Antifeminicídio, a lei aumenta as penas para crimes cometidos em contexto de violência contra a mulher motivado por questões de gênero, promovendo mudanças na Lei Maria da Penha, no Código de Processo Penal e na Lei de Execução Penal.
Juliana Brandão, pesquisadora sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, avalia que a nova lei é positiva, principalmente ao reconhecer o feminicídio como um crime autônomo, passando a ter uma dinâmica processual própria. Ela destaca que esse ponto, além do aumento da pena, carrega uma simbologia, mostrando que o país está levando a sério o tema.
Apesar dos avanços, a promotora de Justiça de São Paulo e professora da PUC Valéria Scarance aponta que ainda há subnotificação nos dados, e muitos casos de feminicídio tentado e consumado são tipificados como outros crimes.
"É muito comum, por exemplo, que feminicídios tentados sejam registrados como lesão corporal, como se o agente não tivesse a intenção de matar. Há alguns casos, ainda, em que feminicidas jogam suas parceiras de prédios e os fatos são apurados como suicídio ou queda acidental."
Ela defende ser fundamental melhorar os dados para que as políticas públicas de prevenção sejam mais eficazes, com estratégias sendo constantemente aprimoradas e reavaliadas. E diz que, enquanto as mulheres se tornaram mais independentes e conscientes, os homens, como reação, se tornaram ainda mais violentos.
A delegada Dannyella Pinheiro, da 3ª Delegacia de Defesa da Mulher Oeste de São Paulo, destaca que, nos últimos dez anos, também foram tomadas outras medidas importantes, como a decisão de 2023 do STF (Supremo Tribunal Federal) que declarou inconstitucional o uso da tese da defesa da honra em casos de feminicídio ou agressão contra mulheres.
Ela reforça a necessidade de medidas preventivas, como ampliar campanhas de conscientização, tanto para incentivar mulheres a denunciar quanto para alertar os homens sobre o endurecimento das leis.
"A violência doméstica ainda é um grande desafio, pois muitas mulheres acreditam que o agressor pode mudar, que conhece a pessoa por estar ao seu lado dez, 20 anos. Além disso, hesitam em denunciar devido aos filhos ou de dificuldades financeiras. Por isso, é essencial que o Estado ofereça uma rede de apoio para acolhê-las antes que o caso evolua para o feminicídio", destaca. Estados e governo federal
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informou que, em 2024, conta com 23 Delegacias da Mulher e está implantando Núcleos de Combate à Violência contra a Mulher em novas delegacias.
Já o Paraná atribui os dados ao aumento das investigações e da repressão qualificada. Destaca ainda a operação Mulher Segura nas 20 cidades com os piores índices de violência, com um conjunto de ações que vão de aumento do policiamento a palestras comunitárias.
O Amazonas disse que tem fortalecido as ações repressivas, ostensivas e investigativas contra o feminicídio, além de fortalecer as ações educativas a partir das ações da Ronda Maria da Penha e da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou, em nota, que em 2024, destinou R$ 116 milhões para ações de defesa da população feminina nos estados e no Distrito Federal. Além disso, por meio do Pronasci 2, iniciou o financiamento para a construção de 12 Casas da Mulher Brasileira, que até 2027 chegarão a 40.
No ano passado, a pasta coordenou as operações Átria e Shamar, focadas no combate à violência contra mulheres. Já na área preventiva, destacou o programa "Antes que Aconteça", que busca garantir a segurança e proteção das mulheres. O Ministério das Mulheres não respondeu, assim como o estado do Piauí.
ENTENDA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS NA LEI EM 2024 Código Penal - Crime Autônomo Antes: O feminicídio era uma qualificadora do homicídio, com pena de 12 a 30 anos de reclusão. Depois: Tornou-se crime autônomo, com pena de 20 a 40 anos de reclusão. - Agravantes Antes: A pena era aumentada nos seguintes casos: crime praticado durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos; na presença dos pais ou dos filhos da vítima. Depois: O feminicídio tem pena agravada quando cometido durante a gestação, nos três meses posteriores ao parto ou se a vítima for mãe ou responsável por criança; contra menor de 14 anos, maior de 60 anos, mulher com deficiência ou doença degenerativa; quando cometido na presença física ou virtual dos pais ou dos filhos da vítima; em descumprimento de medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha; ou quando houver emprego de veneno, tortura, emboscada ou arma de uso restrito. - Perda de Cargo Antes: A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo dependia de previsão na sentença. Depois: A pessoa condenada por crime praticado contra a mulher por razões de gênero fica vedada nomeação, designação ou diplomação em qualquer cargo, função pública ou mandato eletivo entre o trânsito em julgado da condenação até o cumprimento da pena. - Aumento de Penas Antes: As penas para lesão corporal, crimes contra a honra e ameaça seguiam as previsões gerais do Código Penal. Depois: As penas são dobradas quando os crimes são cometidos contra a mulher por razões da condição de sexo feminino nos casos de lesão corporal, crime contra a honra e ameaça. - Lei de Execução Penal - Visita Íntima Antes: Não havia previsão na lei para monitoramento eletrônico ou restrição de visitas íntimas para condenados por crimes contra a mulher. Depois: Condenados por crimes contra a mulher devem ser monitorados eletronicamente durante saídas temporárias, perdem o direito a visitas íntimas e podem ser transferidos para estabelecimentos penais distantes da residência da vítima. - Progressão de Pena Antes: O condenado pelo crime de feminicídio só poderia ter direito à progressão de regime após cumprir, no mínimo, 55% da pena. Depois: O condenado por feminicídio só poderá ter direito à progressão de regime após cumprir 50% da pena se for primário e 70% se for reincidente. Código de Processo Penal - Prioridade Processual Antes: Não havia prioridade específica para crimes de violência contra a mulher. Depois: Processos que apurem crimes hediondos ou violência contra a mulher têm prioridade de tramitação em todas as instâncias, além da isenção de custas processuais. Lei dos Crimes Hediondos - Classificação como Crime Hediondo Antes: O feminicídio era considerado crime hediondo apenas como qualificadora do homicídio. Depois: O feminicídio está explicitamente listado como crime hediondo. - Lei Maria da Penha - Medida Protetiva Antes: A pena para descumprimento de medidas protetivas era de detenção de 3 meses a 2 anos. Depois: A pena foi aumentada para detenção de 2 a 5 anos.
A Polícia de São Paulo prendeu na tarde deste sábado, 8, um dos suspeitos de participação na morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública.
No início da tarde, a Justiça de São Paulo acolheu pedido da polícia e decretou a prisão temporária (por 30 dias) de Maicol Santos.
Ele é investigado como o dono do veículo prata visto na cena do crime. Ainda de acordo com a SSP, o local onde a jovem foi levada antes do crime foi localizado e a perícia, acionada.
\"A Polícia Civil de Cajamar trabalha para cumprir um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça contra um suspeito de envolvimento no crime e atua para identificar todos os envolvidos, bem como esclarecer os fatos\", diz a SSP.
A polícia tinha pedido a prisão temporária de um segundo suspeito, Daniel Pereira, mas a Justiça negou. Autorizou, no entanto, busca e apreensão em sua residência.
A primeira prisão do caso pode ajudar a começar a revelar a motivação do crime. A possibilidade de um crime passional, praticado por pessoas que se relacionaram com Vitória, e ameaça são algumas das hipóteses apuradas.
A polícia investiga inclusive um possível triângulo amoroso entre a vítima e dois homens.
Os investigadores afirmam ainda que o suspeito pode ter envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A suspeita se apoia na forma como o corpo da jovem foi encontrado, com cabelos raspados e sinais de tortura.
Vítima relatou, por mensagens, medo no trajeto
Vitória trabalhava como operadora de caixa em um restaurante de shopping, no centro de Cajamar. O pai costumava buscá-la no ponto de ônibus na saída do trabalho.
No dia 26 de fevereiro, o carro da família estava quebrado e, por isso, ela fez sozinha o trajeto.
No caminho, enviou mensagens para uma amiga dizendo que estava com medo em duas situações diferentes. Na primeira, ela desconfiava de um grupo de homens.
Os suspeitos embarcaram junto com ela no ônibus, que ia para o bairro Ponunduva, região de chácaras onde mora com a família.
Pouco depois, ela encaminhou outra mensagem tentando tranquilizar a amiga, informando que eles não haviam descido no ponto com ela.
Segundo o motorista do coletivo, Vitória desceu sozinha. Logo depois, parou de responder e desapareceu.
O corpo da adolescente foi encontrado na quarta-feira, 5, com marcas de violência. Ele foi localizado em uma trilha no bairro de Ponunduva, na zona rural de Cajamar, região metropolitana de São Paulo.
Na manhã da quinta-feira, 6, a SSP chegou a informar, em nota, que o ex-namorado da vítima teve o pedido de prisão temporária decretado pela Justiça.
Depois, à tarde, no mesmo dia, o delegado seccional de Franco da Rocha, Aldo Galiano Junior, corrigiu a informação em entrevista à imprensa.
De acordo com o delegado, mesmo com a prisão negada pela Justiça, o ex-namorado da jovem se apresentou espontaneamente à delegacia e prestou um novo depoimento.
Uma taxista foi presa na última segunda-feira (4) em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, após cobrar R$ 500 por uma corrida que deveria custar apenas R$ 10. O caso foi descoberto depois que a vítima denunciou o golpe em uma delegacia no Leblon.
Com as informações repassadas pela passageira, agentes da Polícia Civil iniciaram uma busca na região e localizaram a motorista. Identificada como Jhessika Ferraz Treggi, a suspeita admitiu ter cobrado um valor abusivo e, diante das autoridades, devolveu o dinheiro à vítima via Pix.
Apesar do reembolso, a passageira optou por formalizar a queixa. Durante a investigação, a polícia descobriu que Jhessika fazia parte de um esquema criminoso que aplicava golpes semelhantes na cidade, principalmente contra turistas. Três celulares foram apreendidos e outros suspeitos, que se passavam por taxistas, também foram detidos.
O grupo atuava em diferentes pontos do Rio de Janeiro, abordando passageiros desavisados e cobrando valores muito acima do normal. As investigações seguem.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O delegado Aldo Galiano, responsável pela investigação da morte da jovem Vitória Regina de Sousa, 17, sugeriu que o assassinato da vítima foi um "crime passional". Contudo, o termo não está previsto no Código Penal e vem sendo evitado pela comunidade jurídica.
Apesar de sugerir que o crime tenha sido praticado sobre forte emoção, ainda não se sabe a motivação. A jovem foi encontrada morta no último dia 5 em uma região de mata de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Ela estava com a cabeça raspada e o pescoço cortado.
"Crime passional" não é previsto no Código Penal Brasileiro. Apesar de o termo ser usado para descrever crimes envolvendo relacionamentos, especialistas sugerem que a terminologia é incorreta e pode trazer uma interpretação falha aos processos criminais.
O dito "crime passional" geralmente envolve ciúmes, traição ou desilusão afetiva. Para o Direito Penal, ocorrências que têm como circunstâncias relações conjugais devem ser interpretados caso a caso a partir dos fatos.
Quando o crime envolve violência doméstica ou ataque direto a condição da mulher e há morte, o caso deve ser investigado e discutido como feminicídio. Caso não haja morte consumada, é preferível usar o termo "violência contra a mulher", segundo Rodrigo Azevedo, especialista em Criminologia e professor de Ciências Criminais da PUC-RS.
"O termo violência contra a mulher deixa as coisas mais claras. Que é um crime misógino, praticado por motivos relacionados a machismo, tentativas de controle e muito mais. Há uma variedade de tipos penais: stalking, violência psicológica, física, feminicídio. É melhor tratar com essa terminologia mais conectada com essas mudanças que aconteceram nas últimas duas décadas", disse Rodrigo de Azevedo, professor de Ciências Criminais da PUC-RS.
TERMINOLOGIA PODE 'ATENUAR' CRIME
O crime de paixão seria baseado em uma visão de mundo em que o homem é superior à mulher. Em entrevista ao UOL, a advogada especialista em violência doméstica Vanessa Paiva disse que o uso do termo vem de um Código Civil antiquado.
"O crime passional subentende que o homem foi incitado por ela a cometer aquele 'erro'. Vem de um Código Civil antigo, que considerava a mulher como uma propriedade do marido. É como se ela fosse um objeto, e que o marido e 'dono' poderia 'quebrá-lo' como entender", disse Vanessa Paiva, advogada especialista em violência doméstica.
O uso da terminologia "crime passional" acaba tornando mais fácil a aplicação de atenuantes — isto é, relativizando o crime. Azevedo diz que o argumento do crime praticado por intermédio de um "forte sentimento" acaba sendo utilizado para redução de pena.
A expressão acaba banalizando a violência e promovendo a culpabilização da vítima. O uso pode estabelecer, mesmo que indiretamente, uma culpa para a vítima. Como se a culpa do crime fosse dela, já que, supostamente, a violência está associada a suas atitudes. Tecnicamente, o "crime passional" deve ser enquadrado como homicídio, lesão corporal, feminicídio ou outra tipificação penal.
"O crime chamado de passional acaba facilitando a aplicação de atenuantes de violência pela emoção. Acaba, historicamente, levando a redução de pena, absolvição pela chamada legítima defesa da honra. Me parece correto abandonar essa terminologia e adotar o termo de violência contra a mulher e, no caso especifico, o feminicídio. O crime passional não era apenas o crime letal, poderia ter outros, mas realmente era o que era mais associado a esse conceito. Tratar como violência contra a mulher ou feminicídio é o mais adequado", disse Rodrigo de Azevedo.
EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a 17 anos de prisão um homem acusado de matar a própria namorada, que estava grávida, após a vítima ter se recusado a realizar aborto. O crime aconteceu em abril de 2023, mas a sentença foi proferida agora.
Matheus Henrique Lopes Alecrim foi condenado por homicídio, ocultação de cadáver e aborto. A Justiça o considerou culpado pelo assassinato de Thainá Krishna Russo, que tinha 27 anos na época do crime, praticado em Itaquera, na zona leste de São Paulo.
Thainá teria sido vista pela última vez quando foi à casa do então namorado, e seu corpo nunca foi encontrado. Na época, Matheus alegou em depoimento que a jovem tinha saído de sua casa em um carro por aplicativo, mas a Justiça não acolheu justificativa do réu. A investigação feita pela Polícia Civil apontou, a partir do rastreamento feito com base na localização do Google, que no dia do desaparecimento, Thainá esteve na casa do companheiro.
Para o TJ-SP, Matheus matou Thainá porque a jovem recusou realizar aborto do bebê que ela esperava dele. Vítima deixou outros dois filhos, frutos de uma relação anterior.
DEFESA DO RÉU VAI RECORRER
O advogado de Matheus, Ubirajara Mangini, afirmou que vai contestar a sentença condenatória. A defesa do réu disse que vai solicitar à Justiça estadual a realização de um novo júri em busca da absolvição de seu cliente ou, "na pior das hipóteses", para a sentença aplicada seja diminuída.
Mangini afirma não haver "provas concretas" que sustentem a participação de Matheus na morte de Thainá. Ele alega que o Ministério Público de São Paulo "tentou juntar algumas provas", que ele afirma serem "falhas", enquanto o "verdadeiro assassino está [solto] na rua".
O UOL entrou em contato com o Ministério Público de São Paulo para pedir posicionamento sobre as acusações feitas pela defesa do réu e aguarda retorno.
EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
A 14ª Vara Criminal da Justiça em São Paulo condenou Elisabeth Morrone em processo por Crimes Resultante de Preconceito de Raça ou de Cor contra o humorista e cantor Eddy Junior. A decisão, em primeira instância, é sigilosa. A defesa de Morrone apresentou apelação nesta quinta-feira (6).
Elisabeth e Eddy eram vizinhos em apartamentos no mesmo andar em um condomínio na Barra Funda, zona oeste da cidade de São Paulo. Em uma madrugada se desentenderam e ele gravou vídeo em que ela o ofende, em tom bastante agressivo e com linguajar que denota racismo.
O desentendimento começou após Elisabeth se negar a subir no mesmo elevador que Eddy. No vídeo, a vizinha está desacompanhada e ela não expões o motivo da negativa.
Sua ação levou a dois processos, um encerrado em outubro do ano passado, no qual foi expulsa do condomínio e condenada a pagamento de indenização, e o da 14ª Vara no qual foi condenada por ofensa racista.
Eddy publicou vídeo editado com as ofensas na mesma data, 20 de outubro de 2022, com um protesto no qual compareceram algumas dezenas de pessoas, proferindo palavras de ordem contra o racismo, no próprio prédio.
Tanto Elisabeth quanto o filho, Marcos Vinicius, aparecem em imagens no corredor do apartamento de Eddy, com objetos nas mãos. Ele porta uma faca.
A Agência Brasil procurou os advogados de ambos. José Beraldo, que defende os Morrone, alega que Marcos é portador de transtornos mentais e que já havia uma desavença entre os vizinhos, motivada por provocações de Eddy. No processo consta perícia realizada com Marcos por insanidade mental, segundo o advogado, aceita na peça. O defensor, que recorre nos dois processos, disse que a vítima construiu uma história falsa e que provocava seus clientes, o qualificando como um aproveitador que se vitimizou. O advogado nega, ainda, que seus clientes tenham dito ofensas racistas, e considera uma vitória que mãe e filho, embora tenham perdido, permanecem em liberdade.
Procurados, os advogados de Eddy não retornaram o contato. A Agência Brasil está aberta a manifestações.
Condenado a 38 anos pela morte do casal Richthofen, Cristian Cravinhos foi solto na noite desta quarta-feira, 5, para cumprir o restante da pena em liberdade. Cristian é irmão de Daniel, ex-namorado de Suzane, que também foram condenados pelo assassinato. Agora, os três sentenciados pelo crime que chocou o País em 2002 estão em liberdade.
Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos foram submetidos a júri popular em 2006. Cristian foi condenado a 38 anos e seis meses em regime fechado. Suzane pegou 39 anos, depois a pena foi reduzida para 34 anos e 4 meses e está em liberdade desde janeiro de 2023. Daniel Cravinhos foi condenado a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado, mas também cumpre em liberdade o restante da pena.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) não concordou com a decisão e disse que entrará com recurso. A defesa de Cravinhos alega que a decisão foi pautada "única e exclusivamente na lei".
Cristian cumpria pena no regime semiaberto, na Penitenciária de Tremembé, no interior do Estado. O local é conhecido como \"o presídio dos famosos\". A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, considerou que o detento cumpriu o tempo de privação de liberdade para obter a progressão para o regime aberto. O chamado lapso temporal aconteceu em 17 de abril do ano passado.
A magistrada destacou ainda o bom comportamento do detento na cadeia e a avaliação psicológica favorável a ele. O Ministério Público de São Paulo se opôs à soltura do condenado, alegando, entre outras razões, que os exames relataram "traços disfuncionais de personalidade" e dificuldade de adaptação a novos contextos sociais.
A juíza entendeu que as objeções do MP não eram suficientes para impedir a progressão para o novo regime. Na decisão, foram estabelecidos os requisitos que devem ser cumpridos durante o cumprimento da pena em liberdade. Ele deverá comparecer a cada três meses à Vara de Execuções Criminais, deve comprovar ter obtido ocupação lícita e não pode mudar de cidade ou de residência sem prévia autorização da Justiça.
Ele deve se recolher em casa entre 22h e 6h, não podendo frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com o regime aberto. Caso descumpra qualquer uma dessas regras, Cravinhos perde o direito ao benefício e volta a cumprir pena na prisão.
Histórico da progressão do regime
Em agosto de 2017, Cristian já havia obtido a progressão para o regime aberto, mas descumpriu as regras e acabou voltando para a prisão com regressão para o regime fechado. Em maio de 2018, ao atender a uma ocorrência de briga de casal, em Sorocaba (SP), policiais militares flagraram Cravinhos com uma munição de calibre 9 mm. Ele teria tentado subornar os policiais para não ser preso.
Em 2020, a Justiça o absolveu do crime de porte ilegal de munição, mas o condenou pelo suborno e por ter violado as restrições do regime prisional. Cravinhos pegou mais 4 anos de prisão.
Em nota, a defesa de Cravinhos informou que o detento "preencheu todos os requisitos objetivos e condições subjetivas exigidos pela Lei de Execução Penal para progredir ao regime aberto" e destacou que "a decisão foi pautada única e exclusivamente na lei". A defesa afirma ainda que ele continuará cumprindo as regras e determinações estabelecidas pela justiça.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Na época do crime, o irmão de Cristian, Daniel Cravinhos, era namorado de Suzane. O trio planejou o assassinato de Manfred e Marísia Richthofen na casa da família, na zona sul de São Paulo. Os pais de Suzane eram contra o namoro da filha com Daniel.
(FOLHAPRESS) - A adolescente Vitória Regina de Sousa, 17, que foi encontrada morta nesta quarta-feira (5), em Cajamar, após ficar uma semana desaparecida, foi vítima de vingança, de acordo com Aldo Galiano, delegado Seccional de Franco da Rocha. Ainda segundo ele, o PCC (Primeiro Comando da Capital) pode estar por trás do crime.
"Nota-se que há um crime de vingança, com certeza. Um grande risco de que possa haver uma organização criminosa envolvida nisso, inclusive nós fizemos a prisão de um grande membro do PCC há cerca de quatro ou cinco meses no mesmo local. Há um foco do PCC na região, inclusive naquela favela [próxima de onde a adolescente morava]", afirmou o delegado em entrevista ao "Bom Dia SP" da TV Globo .
Galiano afirmou ainda que Vitória foi torturada e ficou em cárcere por dois ou três dias antes de ser levada ao local em que seu corpo foi localizado, em uma região de mata.
A adolescente morta foi encontrada sem roupas -apenas com um sutiã na altura do pescoço, com o cabelo raspado e ferimento no tórax e pescoço. As mãos, segundo o delegado, apresentam indícios de que foram envolvidas em algum material plástico, a fim de evitar que material genético dos envolvidos no crime ficasse sob as unhas da jovem, em caso de luta corporal.
A Polícia Civil pediu a prisão temporária do ex-namorado de Vitória e a Justiça aceitou. As equipes fazem buscas para tentar prendê-lo.
A adolescente estava desaparecida havia uma semana. Ela sumiu depois de sair do trabalho, na noite do dia 26 de fevereiro.
"Nós pedimos a prisão do ex-namorado, não por ainda termos qualquer indício de que ele foi o autor do fato. Mas porque há uma grande inconsistência na sua oitiva, que foi confrontada com alguns fatos da investigação", afirmou Galiano.
De acordo com o delegado, Vitória ligou para o ex-namorado pedindo que fosse buscá-la no ponto de ônibus, já que o pai dela não podia, mas ele não atendeu as ligações. O jovem afirmou em depoimento que estava em um encontro amoroso com uma menor de idade e só pegou o telefone no final da madrugada, segundo o delegado.
A investigação aponta, de acordo com o seccional, que o ex-namorado possivelmente sabia que o crime seria praticado.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O enteado do homem encontrado esquartejado dentro de um freezer em Palmares do Sul (RS) foi preso após confessar o crime. A mãe dele ainda é procurada.
Enteado contou à polícia que esfaqueou o padrasto. O corpo de Milton Prestes da Silva, 55, foi encontrado em um freezer na própria casa, na rua Visconde de São Leopoldo. Ele não era visto desde o dia 27 de fevereiro. Dois dias depois, vizinhos relataram ter visto uma intensa fumaça saindo da casa.
Ele negou qualquer participação da mãe no crime. A mulher fugiu após ser questionada por familiares de Milton sobre o paradeiro dele. Segundo relatos, ela demonstrou nervosismo e fugiu do local de carro. O veículo foi encontrado abandonado horas depois nas proximidades da Lagoa do Quintão. No porta-malas, a polícia encontrou um serrote, uma corta e restos de carvão.
Mulher está foragida. A investigação ainda não descartou a participação da ex-companheira de Milton no crime, informou a Brigada Militar. A motivação ainda não foi esclarecida.
Homem foi detido em Gramado, a cerca de 180 km do local do crime. Ele tem antecedentes por tráfico e associação para o tráfico de drogas, corrupção de menores, porte de arma de fogo, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo. A mãe dele já foi indiciada por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, adulteração de sinal de identificação veicular, apropriação indébita e receptação.
O corpo de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, desaparecida desde 26 de fevereiro, foi encontrado em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo, com sinais de violência, cabelo raspado e sem roupas. A polícia investiga o caso como homicídio.
O corpo, em avançado estado de decomposição, foi identificado por familiares através de tatuagens e encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para perícia. Vitória desapareceu após sair do trabalho em um restaurante de shopping e não retornou para casa.
Imagens de câmeras de segurança mostram a adolescente caminhando para um ponto de ônibus, seguida por dois homens. Testemunhas relataram a presença de outro veículo no local. Momentos antes do desaparecimento, Vitória enviou áudios a uma amiga, expressando medo por ter sido seguida e assediada por homens em um carro.
Áudios de Vitória para amiga:
"Passou os cara no carro e eles falou: 'E aí, vida? Tá voltando?'. Ai, meu Deus do céu, vou chorar. Vou mexendo no celular. Não vou nem ligar pra eles".
"Ah, deu tudo certo. Eles entraram pra dentro da favela. Uh... saiu até lágrima dos meus zóio agora. Nossa, até me arrepiei".
"A hora que eles passaram lá do outro lado e falaram, 'aê, vida'... aí eles voltou, fio, pra quê... falei: pronto, esses menino vai voltar aqui. Mas aí eles entraram ali na favela".
"Acontece essas coisas eu não consigo correr. Eu paraliso. Eu não sei o que eu faço. Eu não consigo correr. Eu fico parada".
Em outras mensagens, a jovem relatou a presença de dois rapazes no ponto de ônibus, aumentando seu temor.
Outras mensagens de Vitória:
"Tem uns dois meninos aqui do meu lado".
"Tô com medo".
"Um ficou e o outro pegou o mesmo ônibus".
"Ah, amiga, mas tá de boa. Eles tavam no ônibus, só que nenhum deles desceu no mesmo ponto que eu. Então tá de 'boaça'. Não tem problema nenhum".
Após essas mensagens, não houve mais contato.
A polícia investiga se Vitória foi forçada a entrar em um veículo e ouviu um ex-namorado da vítima. Até o momento, não há suspeitos identificados.
(FOLHAPRESS) - O Ministério da Justiça e Segurança Pública estuda levar o projeto-piloto de desocupação de áreas controladas por milícias e pelo tráfico de drogas para o Rio Grande do Norte.
Segundo fontes próximas às negociações, a pasta já consultou integrantes da gestão estadual, que demonstraram interesse na iniciativa do governo Lula (PT). As tratativas seguem em andamento para que a decisão possa ser tomada.
Inicialmente, o ministério avaliou a Bahia como possível destino para o projeto, mas a opção foi descartada por razões técnicas.
O secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, afirmou à Folha que a iniciativa será implementada em quatro etapas em uma pequena cidade do Nordeste.
Para viabilizá-la, o Ministério da Justiça está firmando parcerias com associações e universidades, entre as quais a USP.
A primeira etapa do projeto consiste em trabalho de inteligência e levantamento de dados para entender o ciclo econômico da organização criminosa que atua na região e, em seguida, desarticulá-lo.
O objetivo é realizar operações policiais para remover traficantes e milicianos da região, mas garantir, a partir daí, a presença contínua do Estado para evitar o retorno da criminalidade e o recrutamento de novos integrantes.
A intenção é que essas operações sejam realizadas pelas polícias estaduais, com a União atuando apenas caso a unidade da Federação solicite apoio.
A iniciativa envolve também a avaliação de projetos e cursos que promovam a autonomia da comunidade, evitando que seus moradores recorram à criminalidade por falta de oportunidades financeiras.
"A etapa mais importante do projeto é o pós-intervenção policial. É uma operação policial que retoma e consolida. Então, se faz o que a gente chama de saturação [que mantém uma presença constante dos policiais nos bairros mais afetados pela violência]. Você não pode sair do local antes de substituir por outra coisa", disse Sarrubbo.
O secretário afirmou estar em planejamento uma alternativa para substituir o ciclo econômico na cidade onde será o projeto-piloto, previsto para ser implementado no primeiro semestre. A intenção, a médio e longo prazos, é expandir a iniciativa para outros municípios do país.
"A gente chama aqui dentro de projeto-piloto. Com esse piloto, vamos entender onde acertamos e onde erramos. [Após essa fase], queremos ir para um lugar um pouco maior, um território um pouco maior, já com os ajustes feitos."
Não é a primeira vez que o Ministério da Justiça implementa um projeto em cidades visando reduzir a criminalidade. Em 2019, o então ministro Sergio Moro lançou o Em Frente Brasil.
O objetivo era promover em poucos meses um choque de segurança pública em cinco cidades escolhidas com base nos altos índices de criminalidade -Goiânia, Ananindeua (PA), Cariacica (ES), Paulista (PE) e São José dos Pinhais (PR).
A estratégia, no entanto, era diferente. A ação envolveu o envio de cem integrantes da Força Nacional de Segurança para cada uma das cidades e previa a aplicação de recursos federais direcionados a projetos qualificados de segurança pública, além da entrada em massa, nesses municípios, de mais de dez ministérios, que promoveriam programas permanentes nas áreas social, de educação, saúde, lazer, esporte e cultura.
A ideia era usar o projeto-piloto para lançar, ainda em 2020, o Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta, que abrangeria, ao final, todas as 120 cidades mais violentas do país, que concentravam 50% do total de homicídios dolosos, segundo o Atlas da Violência 2019, Retratos dos Municípios Brasileiros, do Ipea.
Como mostrou a Folha, menos de dois anos depois o cenário encontrado ficou muito distante do prometido pelas autoridades federais.
Moro deixou o ministério rompido com Jair Bolsonaro (PL) oito meses após a divulgação do projeto, que aconteceu em solenidade que reuniu os dois no Palácio do Planalto. A iniciativa se estendeu de forma esvaziada até abril de 2021.
(FOLHAPRESS) - O número de registro de roubos e furtos de celulares na capital foi de 2528 neste ano durante o Carnaval, segundo dados Polícia Civil.
Apesar disso, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que o número representa uma queda: os registros de roubos de celular caíram 36% no Carnaval na capital. Já o de furtos também reduziu 24% em relação ao ano passado.
De acordo com a Polícia Civil, entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março houve 828 registros de roubos de celular na cidade de São Paulo. No Carnaval do ano passado (9 a 13 de fevereiro), foram 1.299 ocorrências.
Os furtos de celulares foram de 2.255 em 2024 para 1.700 neste ano, uma queda de 24% nos boletins de ocorrência registrados até ontem na capital paulista. No estado, também houve redução, segundo a Polícia Civil. De 28 de fevereiro a 4 de março, houve 1.283 registros de roubos de celulares nas cidades paulistas - 37% a menos do que as ocorrências registradas no ano passado, quando foram 1.283 casos.
POLICIAIS FANTASIADOS
Na Operação Carnaval realizada pela Policia Civil, 24 suspeitos foram presos. Houve ainda a recuperação de 89 celulares e 167 cartões bancários.
Em uma ação de repercussão, agentes fantasiados de Power Rangers prenderam um criminoso com sete aparelhos furtados.
Em uma das ocorrências, no domingo (2), policiais civis disfarçados recuperaram 11 telefones com três homens no Parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo. No mesmo dia, um quarto suspeito foi preso com um simulacro de arma de fogo.
Na segunda-feira (3), um drone da Polícia Militar também identificou cinco suspeitos que roubaram um celular de uma mulher em um bloco na Barra Funda, zona oeste da capital.
Dois policiais militares foram presos em flagrante, após serem acusados por uma jovem de 20 anos de tê-la estuprado na própria viatura policial, em Diadema, na Grande São Paulo.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que os PMs foram "presos em flagrante pelos crimes de abandono de posto e descumprimento de missão após darem carona a uma jovem de 20 anos, deixando a área de patrulhamento sem autorização e sem motivo justificado".
Sobre a acusação de estupro, a pasta afirmou que a denúncia "está sendo rigorosamente apurada". "A jovem foi submetida a exame de corpo de delito, assim como os policiais, que permanecem presos no PMRG após terem a prisão preventiva decretada pela Justiça".
O Estadão apurou que a acusação de estupro contribuiu para que a Justiça decidisse pela manutenção da prisão.
A Polícia Civil abriu inquérito policial para apurar a denúncia. Os agentes não tiveram os nomes divulgados, o que impossibilitou o contato com suas defesas.
Os PMs são lotados no 24º Batalhão Policial Militar Metropolitano e estavam em serviço. A jovem estava em um bloco de carnaval, na noite desta segunda-feira, 3, e teria pedido carona aos policiais, que faziam ronda na região.
Após darem a carona, os policiais disseram que iam levá-la para casa, mas desviaram do trajeto. Segundo a jovem, os dois teriam cometido os abusos dentro da viatura.
Por volta das 22h30, a jovem enviou uma mensagem de áudio para um tio, dizendo que tinha sido abusada sexualmente pelos agentes. Ela chegou a mandar vídeos que mostravam os rostos dos policiais.
O tio saiu à procura da jovem, mas já a encontrou em uma unidade de pronto atendimento. Ela teria sido encaminhada à unidade por um escrivão da Polícia Civil, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
De acordo com a SSP, a jovem acusou os policiais de estupro após sair da viatura. A mulher foi submetida a exame de corpo de delito, assim como os policiais. Como a jovem apontou que os policiais consumiram bebidas alcoólicas, eles foram encaminhados ao Hospital da Polícia Militar para exame de dosagem alcoólica.
Os PMs tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e foram levados para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte capital.
A Polícia Civil abriu inquérito policial para apurar a denúncia. A investigação está a cargo do 26º Distrito Policial. A jovem compareceu nesta terça-feira, 4, juntamente com sua mãe, e foi ouvida pela autoridade policial.
Ainda segundo a SSP, além do crime de estupro, que ainda será apurado, os policiais vão responder pelos crimes de abandono de posto e descumprimento da missão.
Abaixo, a íntegra do posicionamento da Secretaria de Segurança Pública:
Dois policiais militares do 24º BPM/M, em Diadema, foram presos em flagrante pelos crimes de abandono de posto e descumprimento de missão após darem carona a uma jovem de 20 anos, por volta das 23h30 de domingo, deixando a área de patrulhamento sem autorização e sem motivo justificado.
Após sair da viatura a jovem acusou os policiais de estupro, denúncia que é rigorosamente apurada pela instituição. A jovem foi submetida a exame de corpo de delito, assim como os policiais, que permanecem presos no PMRG após terem a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Todas as circunstâncias dos fatos são apuradas, inclusive com a análise das câmeras corporais.